quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fibromialgia

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    Última atualização: 07/07/2011
    Possíveis sintomas da fibromialgia:
    • Dor muscular crônica
    • Espasmos musculares ou cãibras nas pernas
    • Problemas de sono
    • Fadiga severa
    • Ansiedade
    • Depressão
    • Rigidez matinal
    • Dores de cabeça
    • Dificuldade de concentração
    • Sensibilidade na pele
    • Irritabilidade
    • Problemas intestinais
    Mas esses sintomas também são comuns a doenças do fígado, lúpus, doença de Lyme, disfunção da tireóide, doenças cardíacas, artrite, doença articular degenerativa, síndrome da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável, entre outras, e é aí que reside a dificuldade em se diagnosticar a fibromialgia.
    Como se desenvolve a fibromialgia também é um mistério. "O início pode ser bastante abrupto, provocado por algum incidente como um acidente de automóvel ou um de trabalho", diz Steven Berney, médico, chefe do departamento de reumatologia da Temple University Health System, Filadélfia. "A condição se adapta a você muito rapidamente, você se encontra internado durante alguns dias, mas há a expectativa de que tudo vai melhorar e os sintomas vão diminuir, no entanto quando a dor não passa, torna-se claro de que algo mais está acontecendo."
    Mas geralmente, há um início gradual, revela Dr. Berney ao WebMD. "A dor se torna mais intensa e se agrava ao longo do tempo. Isso é mais difícil de diagnosticar. Você está procurando por algo que revele o porquê dessa dor e você não consegue encontrá-lo."
    Pesquisas sobre Fibromialgia mostram que a doença parece estar ligada à genética. Estudos recentes mostram que fatores genéticos podem predispor algumas pessoas à fibromialgia. Uma doença ou lesão que causa um trauma no corpo podem tornar os sintomas sutis da fibromialgia mais evidentes - e mais preocupantes, segundo a Associação Americana de Fibromialgia.
    "A dor é muito real e dificulta sensivelmente as vidas dos pacientes", diz Berney. "As pessoas que eram muito ativas ficam incapacitadas pela dor e pela fadiga." Elas querem suas vidas de volta"
    Pontos dolorosos da Fibriomalgia
    Atualmente não está claro o que desencadeia a fibromialgia, os investigadores estão estudando os mecanismos básicos do aparecimento da doença. A fibromialgia é considerada um transtorno da regulação da dor. Os pacientes têm altos níveis de duas substâncias - uma substância química chamada substância P, e o Fator de Crescimento Neural no líquido espinal. Pessoas com fibromialgia também têm níveis mais baxios do que o normal de serotonina cerebral, o que também acontece com pessoas que sofrem de depressão e ansiedade.
    Tudo isso produz uma disfunção na capacidade do organismo para processar a dor - e cria nervos hipersensíveis ao longo do corpo, explica Andrew J. Holman, médico, especialista em reumatologia da Universidade de Washington, Seattle. Para piorar as coisas, as pessoas com fibromialgia têm dificuldade em conseguir uma boa noite de sono – e isso faz com que eles acordem sempre se sentindo cansados.
    O resultado: as sensações diárias de desconforto e dor são ampliadas para além do que é normal. Batidas leves e toques podem causar dores insuportaveis e a dor pode ser agravada por fatores externos como ruído, mudanças climáticas e estresse.

    Para descobrir o que está acontecendo, os médicos diagnosticam a fibromialgia analisando "pontos sensíveis" no corpo. "Há 18 pontos específicos que são sensíveis em todos", diz Dr. Holman. "Mas para as pessoas com fibromialgia, estes pontos são muito mais sensíveis. Uma disfunção no processamento da dor central amplia as sensações."

    Sensibilidade ou dor em pelo menos 11 dos 18 pontos é a principal característica da fibromialgia, diz Holman. Além disso, a dor é comum em ambos os lados do corpo - pescoço, nádegas, ombros, braços, costas e peito. Os pontos sensíveis são ao redor dos cotovelos, ombros, joelhos, quadris, nuca e no esterno.
    O médico testa estes pontos dolorosos para fazer o diagnóstico de fibromialgia. No entanto, nem sempre pode-se definir especificamente o que uma dor generalizada indica. É preciso estar muito atento para discernir o que realmente está acontecendo, explica Martin Grabois, médico, presidente da Medicina Física e Reabilitação do Baylor College of Medicine, Houston.
    "Os médicos são treinados para diagnosticar uma hérnia de disco, já que identificam o local específico da dor", diz Dr. Grabois. "Isso não acontece com a fibromialgia. Em alguns pacientes a dor pode apresentar-se, por exemplo, acima da cintura, emquanto em outros pode ser abaixo da cintura, na altura dos ombros, etc, e isso pode estar associado a distúrbios do sono e fadiga. Estes são sintomas de uma série de doenças e não são exclusivos da fibromialgia. "
    A dor muscular pode variar de um leve desconforto para uma dor suficientemente intensa que limita a vida cotidiana de uma pessoa - incluindo o trabalho e as atividades diárias. A dor é muitas vezes descrita como se fosse uma queimadura, alguma coisa roendo, latejante ou como uma facada. Por outro lado quando a pessoa relaxa, a dor pode ser mais notória que quando está realizando alguma atividade.
    Alterações do sono afetam a sensibilidade à dor
    Os problemas de sono associados à fibromialgia – insônia e fragmentação do sono – podem estar na raiz da dor, diz Dr. Holman. Ela priva as pessoas do estágio IV do sono profundo, o sono Não REM (não movimento rápido dos olhos), que nos ajuda a sentir-nos descansados pela manhã.
    Pesquisas mostram que a fibromialgia é como um alerta automático acionado no cérebro durante o sono, diz Holman. "A luta ou a fuga é ativada durante a noite enquanto o paciente está dormindo. Adrenalina é liberada enquanto o corpo se torna vigilante e atento e isso faz com que haja transição do sono reparador profundo para um sono leve."
    Esses acontecimentos fazem que o paciente não complete o processo restaurativo que ocorre durante o sono profundo, explica. "É durante o sono profundo que o hormônio crescimento é produzido, músculos se regeneram e se reparam, e neurotransmissores são reabastecidos no cérebro. A habilidade do corpo para se recuperar do estress diário - incluindo sensações de dor – se acredita que ocorrem durante o sono profundo."
    O cérebro tem um "limiar da dor", acrescenta Holman. "Durante o dia, os sinais são baixos no cérebro e podem ser ignorados e você continua fazendo o que está fazendo. Mas, se o sistema está sobrecarregado, à noite, os estímulos normalmente não dolorosos se tornam dolorosos. Falta de sono profundo aumenta todas as sensações - O que nós designamos de amplificação da dor central".
    "Quando as pessoas finalmente têm um sono reparador e profundo, a fibromialgia melhora substancialmente", diz Holman. "Mas a melhor estratégia para tratar o sono não é uma pílula para dormir. A estratégia é desligar a excitação do tronco cerebral que está interrompendo o sono. Queremos permitir que as pessoas durmam."
    Dificuldade em diagnosticar a fibromialgia
    Tal como acontece com a dor crônica, problemas de sono são comuns - e nem sempre é fácil diagnosticar a fibromialgia.
    "Não existem testes específicos para o diagnóstico de fibromialgia diz Berney. Para fazer o diagnóstico, é preciso se certificar de que não é outra coisa – disfunção hormonal, lúpus, problemas de tiróide, artrite reumatóide. A lista de possíveis doenças associadas a estes sintomas é bastante extensa. É a indefinição dos sintomas que retarda o diagnóstico. "
    "Você não vai necessariamente ter todos os sintomas dessas doenças, mas você pode ter um componente de cada um", diz Grabois. "Os pacientes geralmente vão a vários médicos tentando descobrir o que está errado e os médicos não estão familiarizados com a síndrome de fibromialgia o que significa que eles não conhecem os critérios diagnósticos para a doença - e eles não os verificam".
    Além disso, o nível de sofrimento é diferente para cada paciente, ressalta. "Alguns têm dores piores que outros." Para alguns, a dor é contínua. Para outros, ela vem e vai.
    Obter um diagnóstico correto
    Se você já visitou vários médicos - mas ainda não sente nenhum alívio - consulte um especialista reumatologista ou neurologista, aconselha Grabois.
    Prepare-se para a sua consulta.
    Antes da consulta , prepare-se para explicar com precisão seus sintomas. Pense em:
    • Quais são os seus sintomas - e quando eles começaram.
    • Há quanto tempo estão acontecendo - e se têm sido contínuos , ou intermitentes.
    • Você sabe o que provoca o aparecimento dos seus sintomas?
    • Como é que os sintomas afetam você? É uma dor aguda, uma dor incômoda, causam náuseas?
    • Como os sintomas afetam seus sentimentos? A dor faz você se sentir deprimido ou ansioso?
    • Como os sintomas afetam seu trabalho ou sua vida pessoal? Você está muito cansado e não pode realizar suas atividades normais?
    • Quais medicamentos ou suplementos que você está tomando?
    • Quais cirurgias você já fez?
    • Quais os tratamentos para outras doenças que você está fazendo?
    Mantenha um diário sobre seus sintomas.
    "Os médicos estarão mais informados se você mantiver um registro diário de como você se sente", menciona Jackie.
    Em seu diário tome nota da intensidade da dor usando, por exemplo, uma escala de 1 a 10, do que você estava fazendo no momento, e como você se sentiu emocionalmente.
    Não existem exames laboratoriais específicos que ajudem a diagnosticar a fibromialgia. Mas exames laboratoriais podem ajudar a excluir outras doenças.
    Procurar o médico certo.
    É importante encontrar um médico que se preocupe com você - e queira ajudar, diz Mary Rose, psicóloga clínica e especialista em comportamento do sono do Baylor College of Medicine, Houston. "É muito comum, os médicos terem pouco tempo. Às vezes, eles realmente não ouvem tudo o que um paciente diz".
    Nunca fique com um médico que você não gosta ou que não tenha confiança, diz Mary Rose ao WebMD. "Não é tudo imaginação e embora você possa estar deprimido, a depressão não é a totalidade da fibromialgia.
    Obter apoio emocional.
    O apoio de um terapeuta pode ser útil quando você está lidando com fibromialgia, observa Mary Rose. "Fibromialgia tem um estigma e às vezes é muito útil consultar um terapeuta fundamentalmente porque você tem que lidar com a pressão e o estigma. É bom ter alguém com quem conversar."
    Matéria publicada originalmente no WebMD por Jeanie Lerche Davis

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